sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Loucuras


"É a loucura que dirige o mundo! Loucos são os heróis, loucos os santos, loucos os génios, sem os quais a humanidade é mera espécie animal, cadáveres adiados que procriam!"

Fernando Pessoa

(E eu sabendo que estou a cometer uma infâmia ao colocar o meu singelo nome ao pé deste grande senhor assino por baixo)

Preciso de uma dose de loucura que me garanta a sanidade!
Preciso de experienciar uma dose de loucura saudável que me retire momentaneamente desta loucura infernal... porque só depois disso poderei ser herói, santo, génio ou qualquer outra coisa

Keep on...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Memórias


Memórias!

Todos nós somos feitos de memórias!
Todos precisamos das nossas memórias e do que elas nos fizeram sentir no momento em que ficaram gravadas, tal como precisamos daquilo em que se acabam por transformar e de como nos fazem sentir hoje.

O engraçado nas memória é que todos sabemos que elas não são fiáveis, que se alteram com o tempo sem que tenhamos consciência, mas precisamos delas para nos situarmos, e para não perdermos a nossa identidade! Ou seja, no fundo, parte da nossa existência, da nossa identidade, daquilo que somos, está assente em pilares instáveis e inseguros.
Apesar de termos conhecimento que as memórias se altera, se degradam, temos de nos agarrar a elas com unhas e dentes como se fossem algo de concreto... antes que se apaguem!

Gostava de descobrir uma espécie de formula matemática que me permitisse filtrar, ou pelo menos limar as minhas memórias. Elevar as boas memórias ao quadrado e subtrair-lhes aqueles que considero descartáveis. Construir uma espécie de equação que me permitisse brincar com os "números", adaptando-os para tentar chegar a um resultado o mais próximo possível do ideal (embora fosse sempre uma divisão onde seria impossível atingir um resultado zero)

Se as memórias se degradam com o tempo, porque é que não podemos acelerar esse processo em algumas delas quando se transformam em algo penoso? Porque isso mudaria quem somos!

A maneira que eu tenho de lidar com as minhas memórias é não esquecer uma expressão tão simples e tão sábia como "Hail Hail for the good times". No que diz respeito ás memórias menos agradáveis... estou disposta a enfrentá-las de frente quando surgem... sem as apagar, tentando apenas diminuir o seu impacto, mesmo que para isso seja necessário explorá-las quando necessário!

Uma mente vazia, é uma pessoa que não existe!
Uma mente onde apenas existem boas memórias, é uma mente limitada e idiota... uma pessoa que não aprende!
A minha mente... a minha mente com as suas memórias tão variadas, tão soltas, desconexas e por vezes tão insuportáveis, faz de mim uma Pessoa real!

Keeep on... "Hail Hail fot he good times"

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Personagens!



Pessoas... Homens e Mulheres... Crianças... Adolescentes... Idosos...

Passos lentos e passos apressados! Vozes graves e agudas.... vozes doces e agressivas... vozes agitadas e vozes que sussurram! Telemóveis que tocam, telemóveis que esperam uma chamada ou uma mensagem!

Pessoas... corpos que se afastam, corpos que se tocam ao de leve, corpos que colidem.... sombras que se misturam e difundem...
Pessoas que caminham numa trajectória definida... pessoas que se deslocam sem certeza do caminho que seguem! Sombras que dançam passos improvisados ao som da cidade!
Pessoas que sem saberem se cruzam todos os dias e outras que se "encontram" pela primeira vez!
Pessoas que vivem e que têm uma história diferente de todas as outras.... histórias que muitas vezes se tocam em mais de um ponto sem que tenham consciência disso.
Pessoas que desempenham cada uma vários papeis... mães, filhas, trabalhadoras, estudantes, namoradas, amigas, ...

Observo sentada enquanto passam e reparo que nenhuma delas (ou muito poucas) têm consciência da minha presença, da mesma forma que eu não teria se estivesse no seu lugar, mas hoje parei e sentei-me para ver!
As pessoas movimentam-se e eu observo-as como se de uma peça de teatro se tratasse em que cada um desempenha uma personagem nesta rua, neste cenário comum! Como se de uma encenação se tratasse em que todos foram colocados naquele espaço daquela forma por uma determinada razão!

Enquanto o meu olhar se perde, o meu corpo permanece activo, disponível, atento como se esperasse a deixa certa do guião para poder respirar fundo e entrar também para o palco!
Estou sentada, misturada com todos os actores e separada deles quando reparo que na ponta oposta está também alguém sentado em quem ninguém repara... ele olha, não sei se vê ou se observa mas tenho consciência do seu ser e por momento sinto que também me vê ali... talvez me veja como mais uma personagem, da mesma forma que eu o vejo como alguém à espera de uma oportunidade para entrar na encenação!

Penso em levantar-me mas não quero estragar o espectáculo, não quero perturbar a coreografia perfeita que se desenrola! Sei que assim que entrar neste palco continuarei a ser "invisível", no entanto estarei também eu a representar este quadro da vida real... sei que me diluirei e passarei também eu a fazer parte daquele enredo!

Gosto de pensar que todos os pequenos movimentos que efectuamos e as várias decisões que tomamos no dia-a-dia fazem parte de algo mais abrangente... de algo continuo! É como se cada um de nós enquanto actores representasse todos os dias várias personagens que se interligam.
Cada um contribui para a peça inconsciente da vida real. Cada comunidade possui os seus actores que desempenham várias personagens tendo cada um em determinado momento a oportunidade se de transformar no próprio encenador, coreografo, contra-regra, guionista,...

Não sei se esta minha "percepção" se deve apenas à saudade de me despir de todas as personagens que conheço e pisar um palco onde posso assumir uma personagem diferente, que de outra forma não conseguiria nem teria oportunidade.
A verdade é que gosto de observar uma peça diferente todos os dias, de participar nela e chegar a casa, deitar-me e por momentos deixar de representar, deixar de sentir, e apenas ser!

Gosto de desempenhar as minhas personagens e de as enriquecer a cada dia que passa! Gosto de as representar inconscientemente apenas vivendo!
Talvez seja esta a forma que encontrei de alimentar o vício do palco que não quer adormecer!

Just keep on... acting... living!

segunda-feira, 2 de março de 2009

O silêncio das palavras


Eu gosto de palavras...

Gosto de lê-las, gosto de as escrever, gosto de as dizer... gosto de as dizer de várias maneiras diferentes!
Gosto de brincar com as palavras e os seus significados!
Gosto de ouvir ou ler uma frase e pensar nas várias palavras que a compõem!

Tal como gosto de palavras, gosto das pausas entre elas, gosto dos silêncios entre respirações e entoações... gosto de ouvir os silêncios entre uma palavra e outra.

Os silêncios tal como as palavras podem ter várias entoações e significados...
Gosto dos silêncios que são acompanhados por sorrisos... e das palavras que nos fazem sorrir!
Gosto do silêncio entre dois olhares que se encontram e que esquecem as palavras... e das palavras que se perdem em olhares!
Gosto do silêncio de ruas desertas e por vezes até de ruas cheias... gosto de ouvir palavras ao acaso na rua e tentar interliga-las!
Gosto do silêncio dos pensamentos e sentimentos que não podem ser traduzidos por palavras... e das palavras que utilizamos para os tentar expressar!

Mas à certas palavras de que não gosto e que podem "contaminar" toda uma frase, um parágrafo, ou até uma pagina inteira!
Mas à certos silêncios que não gosto, silêncios que por vezes se transformam em algo penoso de ouvir!
Não gosto de silêncios quando preciso de palavras... não gosto de palavras quando preciso de ser abraçada pelo silêncio!
Não gosto de alguns silêncios que se seguem a palavras que por mais desconexas que pareçam são honestas!
Não gosto do silêncio constrangedor de quando alguém está a pensar no que têm de dizer!
Detesto o vazio silencioso que certas palavras provocam quando esperamos ouvir outras!

Gosto do silêncio de passos; gosto de dizer "ticket"; gosto do silêncio de um teatro cheio e de um teatro vazio; gosto de dizer "teatro"; gosto do silêncio de passar paginas de um livro; gosto de dizer "bosque"; gosto do silêncio da chuva a cair; gosto de dizer "puré"; gosto do silêncio antes de adormecer; gosto de dizer "subúrbios"; gosto do silêncio de estações de comboio; gosto de dizer "arte"; gosto do silêncio do vento; gosto de dizer "mórbido"; gosto do silêncio do mar; gosto de dizer "tim"; gosto do silêncio da minha casa vazia; gosto de dizer "desejo"; não gosto dos silêncios de domingo; gosto de dizer "dolu-ti"; gosto do silêncio de um abraço...

Keep on... a dizer e ouvir o que gostam!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Return to Serenity


Im gonna take you
To a place far from here
No one will see us
Watch the pain as it disappears

No time for anger
No time for despair
Wont you come with me
Theres room for us there

This innocent beauty
My words cant describe
This rebirth to purity
Brings a sullen tear right to your eyes

No time for anger
No time for despair
Please let me take you
cause Im already there

Im so alone
My heads my home
Ill return to serenity

Rhyme without reason
Is why children cry
They see through the system
Thats breeding them just so they die

So please let me take you
And Ill show you the truth
Inside my reality
We shared in my youth

Im so alone
My heads my home
And I feel
So alone
You know
At last
I return to serenity

Now that Ive taken you
To a place far from here
I really must go back
Close your eyes and well disappear

Wont you come with me
Salvation well share
Inside of my head now
Theres room for us there

Just some pieces of Testement



Im gonna take you to a place far from here... No time for anger, No time for despair... This innocent beauty, My words cant describe. Please let me take you... and Inside my reality, We will return to Serenity!


Num mundo perfeito todos poderíamos oferecer muito mais...

Num mundo real... no caos, espero conseguir alcançar e partilhar a serenidade necessária para que possamos continuar a construir o nosso mundo imperfeito mas real, a construir-nos a cada dia.... ofereço-me a mim mesma e a ti para que possamos continuar a sonhar cada dia mais alto!

Num mundo perfeito os pequenos momentos não teriam tanta importância como têm no mundo real! Num mundo real os pequenos momentos de serenidade permitem-me reconstruir-me... permitem-me sonhar sem pensar nos Se's... Permitem que a minha realidade se estenda e que possa imaginar o amanha, além do que é previsível sem que o meu Super-Ego me chame à razão!

Num mundo real espero conseguir oferecer-te parta da serenidade necessária para que possas encontrar o conforto, a felicidade, a organização no meio do caos!
No meu mundo eu agarro-me aos pequenos momentos de serenidade que partilhamos para poder construir o nosso mundo!

Keep on ... returning to serenity

(Mesmo que por vezes surjam momentos em que desperto dessa serenidade de forma violenta, confio que ela volta!)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Live and let live

"When you were young and your heart was an open book
You used to say live and let live

...


But if this ever changin in which we live in
Makes you give in and cry
Say live and let die"

Some pieces of Paul McCartney
(Idanha 2008)

"Ano novo, vida nova!"
Nunca consegui (nem quero) concordar com essa expressão!


Se o Homem tivesse a capacidade de "criar" uma nova vida não haveria razão nenhuma para esperar pela altura em que têm de mudar de agenda! (Ano novo, agenda nova isso sim! Mas também pode ser considerado apenas uma estratégia comercial.)

Se o Homem tivesse a capacidade de pelo menos mudar vidas como quem muda uma página no calendário, porque não aproveitar esse gesto e mudar pelo menos uma vida por mês?
Será que a história de cada um (e a história de todos nós) se mede pelo número de "vidas novas"?

Pessoalmente não quero viver num mundo assim... prefiro ter um passado e um presente que me permitem pensar num futuro a médio e longo prazo! Prefiro viver cada dia numa linha contínua onde me posso situar.

Se mesmo os que necessitam realmente (e urgentemente) de uma vida nova têm de a construir aos poucos porque haveríamos nós de ficar sentados à espera da meia noite de dia 31 de Dezembro?

Eu não quero uma vida nova! Quero viver e crescer a cada dia que passa... quero aprender todos os dias algo novo. Quero poder contribuir para a mudança de vida de quem precisa de uma vida nova e dessa forma "mudar" também a minha vida.

Quero poder olhar para trás e saber que vive cada dia o melhor que sei (ou o melhor que consegui), viver cada dia, mês e ano como único... e para isso preciso também do meu passado!

Não quero apenas ter uma vida, quero vive-la... quero que ela me pertença!

I want to be young... I want to say Live and let Live!

Keep on... living!

domingo, 23 de novembro de 2008

Dreams


"My oldest dream is to be free, to dream without chains"

(Maio de 2004)

Now... I just wish I could dream!

...

Just some pieces of my own!

Não sei o que significa ser livre... neste momento apenas luto e peço que consiga voltar a sonhar... que tenha tempo para sonhar e que consiga voltar a acreditar em mim e nos meus sonhos!

keep on... dreaming